Você já ouviu a expressão “em time que está ganhando não se mexe”? Pois bem, quando o assunto é manutenção elétrica em condomínios, esse ditado pode ser um grande erro. Afinal, só porque a luz ainda está acendendo, não significa que a rede elétrica esteja segura e adequada à realidade atual.
O tempo passa, os aparelhos evoluem, o consumo cresce, mas em muitos prédios, a estrutura elétrica permanece a mesma de 20, 30 ou até 40 anos atrás. É como tentar abastecer um carro moderno com peças de uma charrete. O resultado? Quedas de energia, choques, sobrecargas, riscos de incêndio… e um prejuízo que poderia ser evitado.
Por que a manutenção elétrica deve ser prioridade no seu condomínio?
Manter as instalações elétricas em dia não é apenas uma questão de funcionalidade, é uma questão de segurança. Estima-se que a demanda por energia elétrica tenha aumentado seis vezes nas últimas décadas, de acordo com estudos do Procobre. E não é para menos: um chuveiro elétrico que antes consumia 1.800W, hoje pode ultrapassar os 6.000W.
A conta não fecha quando a estrutura do condomínio não acompanha essa evolução. O resultado pode ir de pequenos apagões até choques e incêndios, colocando moradores e patrimônio em risco. E vale lembrar: o síndico é co-responsável pela segurança das instalações do prédio.
Sinais de alerta: o que não pode passar despercebido
Antes de um problema elétrico virar tragédia, ele costuma dar sinais, e ignorá-los é como tapar o sol com a peneira. Fique atento a:
- Luzes piscando ou apagando sem motivo;
- Disjuntores caindo com frequência;
- Tomadas esquentando;
- Cheiro de queimado ou fumaça;
- Pequenos choques ao tocar em equipamentos;
- Quadros de força antigos, principalmente de madeira.
Dica: o zelador é um grande aliado aqui. Um profissional atento pode relatar esses indícios ao síndico logo no início, evitando que pequenos defeitos virem grandes reformas.
O que deve ser feito: ações que evitam sustos e custos
1. Inspeções periódicas
Condomínios novos podem fazer inspeções elétricas a cada 10 anos, mas em prédios com mais de 20 ou 30 anos, o ideal é que esse processo ocorra a cada 5 anos, ou sempre que houver indícios de sobrecarga.
Essas inspeções devem ser feitas por empresas especializadas e contar com engenheiro elétrico habilitado, que utilizará equipamentos próprios para avaliar a fuga de energia, carga e segurança da instalação.
2. Atualização da fiação
Trocar apenas os disjuntores, como muitos síndicos fazem, é uma solução paliativa. Quando a estrutura está sobrecarregada, o mais adequado é revisar a fiação por completo, inclusive nas prumadas e nas áreas comuns.
3. Aterramento e proteção
Verifique se o condomínio tem aterramento adequado e segue as normas da ABNT. Desde 1997, é obrigatória a instalação de dispositivos de proteção diferencial residual (DR), que reduzem o risco de choques elétricos graves.
4. Substituição do quadro de força
Muitos quadros antigos são feitos de madeira e estão vulneráveis à ação de cupins e ao tempo. A substituição por um quadro metálico é mais segura, durável e atende às exigências técnicas atuais.
E quanto custa deixar pra depois?
Adiar a manutenção elétrica pode parecer economia, mas é ilusão. Além do risco à vida dos moradores, há o desperdício silencioso, como a fuga de energia, que pode aumentar a conta de luz em até 5%. E quando o problema explode, o custo da correção é muito maior do que uma manutenção preventiva.
Pense assim: cuidar da parte elétrica do prédio é como revisar os freios do carro. Pode até parecer desnecessário quando tudo está funcionando… até que não está mais.
Como dar o primeiro passo?
- Converse com os moradores e o conselho sobre a importância da manutenção elétrica em condomínios.
- Contrate uma empresa especializada para uma avaliação técnica inicial.
- Levante os equipamentos utilizados nas unidades (com a colaboração dos moradores) para avaliar se a estrutura atual é compatível com a demanda.
- Planeje e orce as melhorias necessárias, dividindo em etapas, se preciso.
Conclusão: quem cuida da energia, protege a vida
A manutenção elétrica em condomínios não deve ser vista como um custo, mas como um investimento na segurança, na eficiência e na valorização do patrimônio coletivo. O papel do síndico é justamente esse: antecipar problemas, proteger vidas e garantir que o condomínio funcione bem, hoje e no futuro.
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